A última noite de encenação do espetáculo ‘Paixão de Cristo – Divino Redentor’, foi marcada por muita emoção. Os artistas mergulharam na intensidade da interpretação e comoveram as pessoas ao reviver a história da vida, morte e ressurreição de Jesus. Realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), o evento aconteceu durante três dias no adro do Centro Cultural São Francisco, no Centro Histórico da Capital paraibana.
O diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, lembrou que, em 2025, foi realizada a quarta edição seguida da Paixão de Cristo. “Este ano foi realmente muito especial porque nós conseguimos êxito em todos os sentidos. Os artistas abraçaram o projeto de maneira muito intensa. Nos ensaios e durante a realização do espetáculo o que nós vimos foi muita dedicação ao trabalho. O público de João Pessoa inteira acolheu e adotou o nosso projeto de Paixão de Cristo. Nós vimos isso durante todas as noites. O adro do Centro Cultural São Francisco ficou pequeno para tanta gente que foi ver, se emocionar”, avaliou.
Marcus Alves afirmou ainda que a relação do público com os artistas foi única, todos cantando e chorando. “Tudo isso é muito gratificante para todos nós que formamos a Funjope. E esse é um espetáculo especial porque conseguimos integrar toda a comunidade de atores e atrizes da cidade. Num espetáculo único juntamos teatro, música, dança e toda a comunidade artística integrada”, destacou.
Ele também fez questão de agradecer a todos os parceiros. “Queria muito agradecer ao diretor Everaldo Vasconcelos, que conduziu de maneira magistral todo esse processo, ao prefeito Cícero Lucena pela confiança que tem no nosso trabalho à frente da Funjope nesse quinto ano que estamos juntos, e a todas as secretarias que nos ajudaram a realizar esse espetáculo, Comunicação, Segurança Pública, Emlur, Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano, Saúde, Polícia Militar, todos, enfim, que nos ajudaram. Sobretudo, agradecer ao padre Marcondes Meneses pela parceria que temos junto ao Museu de São Francisco, um lugar realmente esplêndido para realizarmos nossa Paixão de Cristo. A todos, muito obrigado. Agora é planejar a Paixão de Cristo 2026”, acrescentou.
O diretor geral da peça, Everaldo Vasconcelos, disse que gostou muito da receptividade do público ao espetáculo em que a dança teve uma participação muito intensa. “As pessoas comentaram comigo que o espetáculo foi muito leve e suave. Em uma hora e cinquenta e cinco minutos de duração, aconteceram aplausos o tempo inteiro. Eu fiquei emocionado ao ver o prefeito Cícero Lucena chorar durante o espetáculo, e não somente ele, mas a plateia chorava e isso se deveu ao caráter em que o teatro e a dança são muito fortes”, observou.
Ele destacou ainda a presença forte do grupo Kairós fazendo o coro, a presença da cantora Myra Maya como anjo narrador, conduzindo com muita beleza a história, além da Companhia Municipal de Dança de João Pessoa com seus bailarinos e bailarinas.
“Todos esses fatores contribuíram para que o espetáculo fosse uma grande celebração e um grande louvor, focando nos milagres de Jesus no momento em que ele vence a morte, mostrando um Jesus alegre, que brinca, que desce do palco e vai junto das pessoas. O espetáculo foi um momento de reunirmos as forças para louvar a Deus, mas também para nos encontrarmos como seres humanos, celebrar esse mistério que é a vida”, afirmou.
Artistas – A emoção tomou conta dos artistas que sempre saíam do palco com os olhos marejados. No papel de Jesus, o ator Samuel de Assis afirmou estar muito feliz e com a emoção à flor da pele. “O coração está acelerado, emocionado ainda por fazer minha primeira Paixão de Cristo. Não é a primeira vez que faço Jesus, mas é a primeira numa Paixão. Estou muito emocionado de fazer esse Jesus com essa representatividade toda, com a verdadeira etnia dele, sem eurocentrismo para ditar outras coisas. Isso só me deixa muito feliz. E fazer em João Pessoa, no Nordeste, que é meu lugar, minha terra é um misto de tantas emoções que nem sei como explicar. É uma personagem que eu amo muito, que mexe muito comigo e eu acredito que é a maior história de amor da humanidade”, observou.
A atriz Juciene Fernandes, que deu vida a Maria Madalena, também estava muito emocionada. “Nesse último dia, o coração está com um sentimento de satisfação por um trabalho bem feito por todos da equipe, seja o ballet, o coral, os atores, a direção. Maria Madalena foi uma personagem que eu sempre quis viver, uma mulher tão presente na vida de Deus e, na Paixão de Cristo. É ela quem traz um exemplo de arrependimento e a lição de que todos nós merecemos uma segunda chance”.
Intérprete de Verônica, a atriz Anne Marques constatou que agora fica a saudade. Para ela, é muito importante fazer a Paixão de Cristo em João Pessoa. “Eu já tinha participado em outras cidades, mas aqui é muito especial, a começar pelo local, na frente de uma igreja tão linda e significativa. Estou muito feliz de estar com atores consagrados e talentosos. Eu fiquei encantada com o profissionalismo das pessoas. Foi um projeto incrível e vou sentir muita falta dos ensaios, desse movimento que começou desde março. Nada melhor do que trabalhar com pessoas do bem, pessoas sensíveis, que têm uma troca bacana de energia. Estou muito lisonjeada por ter sido convidada pela Funjope para fazer a personagem Verônica, que é muito simbólica na Via Crúcis”.
O ator veterano Flávio Melo, que interpretou João Batista, comemorou a oportunidade de atuar com atores mais jovens. “É uma sensação de dever cumprido, de uma responsabilidade que temos e, com isso, mostramos que somos profissionais. E é também mais uma experiência de poder trocar com essa juventude, porque faço teatro há bastante tempo”.
Se por um lado, os mais antigos somam novas encenações, os estreantes demonstram a alegria de fazer parte do espetáculo. A atriz Isabele França, que interpretou o anjo Gabriel, atuou pela primeira vez na Paixão de Cristo. “É mais prazeroso, do que cansativo, ainda mais que esta é minha estreia, realizando um sonho de muitos anos. Estou muito feliz, apesar do cansaço, e triste porque acaba hoje. Já bate a saudade”, comentou.
A atriz Estefane Dantas, que interpretou Herodes, compartilhou o mesmo sentimento. “Último dia e bate aquela tristeza por estar encerrando. Por outro lado, estou muito feliz por estar aqui apresentando esse espetáculo lindo, emocionante, que toca os corações de tanta gente, um espetáculo que fala sobre fé, esperança, amor”, declarou.
Intérprete de Maria, a atriz Mayana Neiva também se emocionou muito durante o espetáculo. “É uma emoção inexplicável, contar essa história, que é a história da verdade, e a verdade, por si só, tem uma força muito grande. Quando a gente une cada coração, quando vejo o grupo Kairós cantando – que para mim foi o ponto alto do espetáculo com sua pureza – combina muito bem com essa mensagem. Como atriz, sinto uma grande honra de poder interpretar Maria, a grande mente da compaixão, esse ser tão divino e tão humano, e também de trocar com meus colegas, artistas paraibanos, com quem aprendi a fazer teatro. É uma grande alegria, é um momento muito especial”.
Público – Na terceira e última noite da encenação da Paixão de Cristo, o público lotou o adro do Centro Cultural São Francisco e elogiou a iniciativa da Prefeitura de João Pessoa e da Funjope de realizar o espetáculo. “Eu achei maravilhoso o evento, muito organizado. Está excelente e eu estou muito satisfeita de estar aqui”, comentou a assessora jurídica Adriane Figueiredo.
A psicóloga Michelle Souto também aprovou o evento. “É uma facilidade muito grande para quem não tem acesso ao teatro porque é gratuito. Este é um momento de confraternização e é admirável o que a Prefeitura fez. Foi uma grande oportunidade para nós que não viajamos nesse período. Está de parabéns, uma organização perfeita, com policiamento, estacionamento, muito bom”.
Para a revisora Isabella Cristina Santos Costa, a noite não poderia ter sido melhor. “Foi maravilhoso o espetáculo e é gratificante estar aqui. Sempre gostei de assistir desde a adolescência e esta foi uma oportunidade de ver tudo de novo. Me emocionei muito”, afirmou.
O desenhista Luiz Alberto Moraes comemorou: “Eu acho uma maravilha esse espetáculo. Não perco de jeito nenhum. É um trabalho muito bonito da Funjope, que valoriza a nossa cultura. Estou muito feliz de estar aqui e me emocionar. Eu choro com facilidade”, pontuou.
Este ano, o espetáculo reuniu 40 atores e atrizes no palco e contou com a participação da Companhia Municipal de Dança de João Pessoa e de 42 integrantes do Grupo Kairós, da Escola Municipal Padre Pedro Serrão.