Caminhos da Reportagem homenageia os 90 anos de Mauricio de Sousa

Por MRNews

A TV Brasil exibe nesta segunda-feira (27), às 23h, um novo episódio do premiado programa Caminhos da Reportagem, que tem como tema “Mauricio 90: desenhando o Brasil”. A atração homenageia o legado e a contribuição do quadrinista responsável por histórias que fazem parte do imaginário cultural brasileiro, como a Turma da Mônica.

Natural da região metropolitana de São Paulo, Mauricio de Sousa começou a desenhar ainda na infância, mas foi na vida adulta, depois de trabalhar como repórter policial no jornal Folha da Tarde, que desenvolveu a habilidade de transformar histórias em traços.

Em entrevista à TV Brasil em 2013, o autor explicou que ele mesmo foi a inspiração para suas primeiras histórias.

Mauricio de Sousa é meu pai e também o pai do Brasil, diz Mauro Sousa

Pé-de-Meia: pagamento da 8ª parcela começa nesta segunda

“Eu falava do meu cachorrinho, da vida que tive quando era garoto… E colocava nos jornais, que eram publicações de adulto”, recorda.

Quatro anos depois da primeira tirinha, em 3 de março de 1963, surgiu sua personagem mais famosa: Mônica, inspirada em uma de suas filhas, de mesmo nome.Caminhos da Reportagem traz uma entrevista de 2016 com a empresária Mônica Spada e Souza, que ressaltou como o desenho se tornou tão presente no imaginário dos brasileiros.

“As histórias dos anos 70 contam um pouco como era a sociedade, as crianças. E a mesma coisa foi acontecendo ao longo do tempo. A gente faz parte do Brasil, a gente faz parte da cultura”, afirma.

Em 1970, foi publicada pela Editora Abril a primeira revista em quadrinhos de “Mônica e sua turma”. Desde então, Mauricio de Sousa criou um verdadeiro universo, com mais de 400 personagens. Fã da obra do autor, o personal trainer Vini Gomes começou a ler por influência dos pais. “Faz parte de quem eu sou, da cultura que eu tenho, da experiência que tive, das minhas vivências”, diz.

Neymar e Ana Castela trocam olhares ‘estranhos’ no Altas Horas e público reage

Chega a notícia de Ninão, Homem mais alto do Brasil, após amputar segunda perna

Para Giulia Ebohon, que atua como coordenadora de conteúdo de publishing na Mauricio de Sousa Produções (MSP Estúdios), a Turma da Mônica conecta diferentes infâncias.

“A minha versão criança estaria muito orgulhosa de me ver trabalhando aqui, num lugar que tem tudo a ver com cultura”, explica.

Exemplo familiar

Mauricio de Sousa viu nos filhos e filhas a inspiração para suas histórias. Com a desenhista Alice Takeda, com quem é casado há 50 anos, teve três filhos: Marina, Mauro e Mauricio. Atualmente, Alice é diretora executiva da MSP Estúdios e exalta os valores do companheiro de jornada.

“É uma pessoa muito generosa, que abraça alguém que precisa. Na convivência com ele, aprendemos muito”, revela.

Com o tempo, os personagens da Turma passaram a fazer parte de diversos universos. Eles cresceram e enfrentam agora os dilemas da adolescência na série de publicações “Turma da Mônica Jovem”, inspirada nos mangás japoneses. Dos quadrinhos, foram parar em um parque — o “Parque da Mônica”, reinaugurado há dez anos. Filmes como Laços, lançado em 2019, e Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa, deste ano, trazem novos ares para a Turma, assim como as histórias feitas para as redes sociais, como os “Cortes do Chico”.

Além disso, pela primeira vez, o quadrinista ganha uma biografia própria nos cinemas. O filho Mauro Sousa, também diretor executivo da MSP Estúdios, é quem interpreta o pai. “Eu diria que foi, com certeza, a experiência mais intensa, emocionante e inesquecível da minha vida. Eu achava o meu pai bastante persistente por ter chegado onde chegou. Percebi que ele é muito mais do que eu imaginava”, diz.

Novos projetos

O programa da TV Brasil também apresenta novo material que celebra os 90 anos de Mauricio de Sousa. A publicação “MSP 90” reúne quadrinistas que, com seus traços, buscam representar os personagens e as histórias do autor.

Uma das artistas convidadas é a ilustradora e quadrinista Helô D’Angelo. Para ela, além de uma honra, participar da publicação é uma forma de demonstrar a diversidade dos quadrinhos brasileiros. “Eu acho que a importância dessa diversidade é imensa, porque você vai trazer artistas de diversas origens geográficas, sociais, de gêneros diferentes, para apresentar suas visões sobre os personagens”, enfatiza.

Em entrevista ao canal público, em 2015, Mauricio afirmou: “Artista não se aposenta. Artista vira estrelinha e continua iluminando, de alguma maneira, algum pedaço por aí”.